domingo, 8 de agosto de 2010

CÂNTICO NEGRO

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

domingo, 11 de julho de 2010

Autismo...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mal-entendidos

domingo, 27 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Há dias assim..

domingo, 2 de maio de 2010

Poema à mãe

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

domingo, 25 de abril de 2010

Viva o 25 de Abril!!!!!!!!!!!




Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ou tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-no a andar
De espada à cinta, já crê que é rei d’aquém e além-mar

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

Tiriririri buririririri, Tiriririri paraburibaie, 2X
Tiiiiiiiiiiiiii paraburibaie ...
Tiriririri buririririri, Tiriririri paraburibaie, 2X

A gente ajuda, havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo
O que eu levantei

A bucha é dura, mais dura é a razão
Que a sustem só nesta rusga
Não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

Bem me diziam, bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra, quem trepa
No coqueiro é o rei

A bucha é dura, mais dura é a razão
Que a sustem só nesta rusga
Não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

terça-feira, 30 de março de 2010

Parabéns, meu Amor


quinta-feira, 18 de março de 2010

Cega, surda e muda

sábado, 13 de março de 2010

Pau de pita


quarta-feira, 10 de março de 2010

Estádio do Dragão


Cliquem para saber o que vai acontecer no Estádio do Dragão.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Lua e as Fogueiras de Cesare Pavone



Fica aqui um bocadinho:

"Ter uma terra quer dizer não estar só, saber que na gente, nas plantas, na terra, há qualquer coisa de nosso, que mesmo que estejamos ausentes espera por nós."

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Rubane - Guiné-Bissau


Ai que saudades!!!!!!!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

One Love

Cima is ta dzê n'inglês
I love you, I need you
Quero dizer também em Português
Te amo, eu te preciso
E não há nada que levar a mal
Ma nôs ê, tud igual
I know you can understand me
Eu gosto muito, muito, muito de ti...
You know I love you, I love you, I love you, I really love you, I love you
You know I need you, I can't live without you, não há ninguém como tu
Ca tem ninguem cima bo (4x)
Alo bonjour comment ça va
Mana Sara do lado de lá
Mim m'ta bom e bo manê q'bo ta
Sara Mana do lado de cá
Maybe together you and me
Mi ku bo, bo ku mim
Mi ma bo
Eu e tu, tu e eu

I know you can understand me
Maybe juntos together, forever happy
You know I love you, I love you, I love you, I really love you, I love you
You know I need you, I can't live without you, não há ninguém como tu
Ca tem ninguem cima bo (4x)
Um só povo
Um só coração
One love
Branco ku preto
Burmedjo ku marelo
Ka tem diferença não

Ama na fé
Ama bué
Amor grande no coração

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parabéns, A.



Já que a distância me não permite dar-to pessoalmente, aqui fica um abraço cheio de AMIZADE. Foi muito bom conhecer-te e partilhar muito da minha vida contigo. Na Guiné fizemos laços que nunca se desfarão.

Beijinhos, muita felicidade e muitos anos de vida!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Que frio!!!!!!

Estou a ler....