sexta-feira, 8 de maio de 2009

Bullying

Só me faltava esta...
O bullying tem dado comigo em louca...
"BULLYING EM PORTUGAL: O QUE SE PASSA NAS ESCOLAS?

O bullying na escola define-se do seguinte modo: "um aluno está a ser provocado/vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a acções negativas da parte de uma ou mais pessoas" (Olweus, 1993) Considera-se uma acção negativa quando alguém intencionalmente causa, ou tenta causar, danos ou mal-estar a outra pessoa. Esse repetido importunar pode ser físico, verbal, psicológico e /ou sexual.
Devido às consequências e efeitos negativos destes comportamentos para o desenvolvimento e para a saúde mental, é de extrema importância que as escolas não neguem que o problema existe e que se dissipe a noção, de pais e educadores, de que este tipo de comportamento é uma parte normal do crescimento. Isto também porque a liberdade do medo do não é suficiente para assegurar uma aprendizagem com sucesso mas é uma condição necessária para a aprendizagem eficaz.
Em Portugal, têm sido feitos vários estudos sobre a problemática do bullying. Estes envolvem aspectos como a tradução da palavra “bullying” para português”, a observação dos comportamentos de bullying nos recreios, a caracterização das vítimas, dos agressores e das vítimas-agressoras e a prevalência deste tipo de comportamentos e a sua monitorização a nível nacional.
Nas investigações com amostras nacionais representativas (Carvalhosa, Lima e Matos, 2001; Carvalhosa e Matos, 2004) verificou-se que, em 1998, 42.5% dos alunos entre os 11 e os 16 anos de idade relataram nunca se terem envolvido em comportamentos de bullying, 10.2% afirmaram serem agressores (uma vez ou mais, no último período escolar), 21.4% referiram serem vítimas (uma vez ou mais, no último período escolar) e 25.9% eram simultaneamente vítimas e agressores. Já em 2004, verificou-se que 41.3% dos alunos nunca se envolveram em comportamentos de bullying, 9.4% são agressores, 22.1% são vítimas e 27.2% são tanto vítimas como agressores. Pode-se assim concluir que em Portugal, existem taxas elevadas de comportamentos de bullying, nas escolas.
Para a vitimação e para a provocação, os comportamentos mais referenciados são o “gozar, chamar nomes, fazer troça”, “dizer mentiras, espalhar boatos”, “fazer comentários ou gestos ordinários e/ou piadas sexuais” e “excluir, deixar de fora de actividades de propósito” (Carvalhosa e Matos, 2005). Num estudo comparativo sobre a evolucão do fenómeno em Portugal, verificou-se que a frequência dos comportamentos de vitimação e de provocação, uma vez por semana ou mais, aumentaram nos últimos anos nas escolas Portuguesas (Carvalhosa e Matos, 2004). Nas escolas estes fenómenos são muitas vezes despercebidos na sua verdadeira extensão e expressão.
Ainda destacamos:
• dos alunos portugueses entre os 10 e os 18 anos, 23.5% estão envolvidos em comportamentos de bullying, 2 a 3 vezes por mês ou mais, ou seja, 1 em cada 4 alunos.
• os rapazes envolvem-se mais em comportamentos de bullying na escola, quer como agressores, quer como vítimas, quer com duplo envolvimento (simultaneamente agressores e vítimas);
• o envolvimento em comportamentos de bullying parece ter um pico aos 13 anos, embora os mais novos (11 anos) se envolvam mais, enquanto vítimas;
• nos últimos anos, verificou-se um aumento na frequência de bullying, uma vez por semana ou mais, quer em relação a provocar os outros quer em relação a ser vítima.

SUPORTE SOCIAL

O suporte social é considerado um factor protector para o envolvimento em comportamentos de bullying. Através de utilização de modelos de equações estruturais, uma análise factorial confirmatória revelou que os modelos dos 2 factores correlacionados (Suporte dos Amigos e da Família; Suporte dos Colegas e dos Professores) se ajustam aos dados (CFI de 0.95 e de 0.94) (Carvalhosa, Oddrun, Hetland, submetido a). Os resultados indicam que na escola, as vítimas e as vítimas-agressoras recebem menos suporte dos colegas e os agressores recebem menos suporte dos professores; fora da escola, as vitimas tem menos suporte dos amigos. Podemos concluir que diferentes padrões de suporte social, dentro e fora da escola, foram encontrados para as vitimas, os agressores e as vítimas-agressoras. Estes resultados podem guiar o desenvolvimento de intervenções para a prevenção do bullying. "
Susana Fonseca Carvalhosa, Seminário “Violência, Bullying e Agressividade em Contextos de Formação”

2 comentários:

Bessa disse...

Essas coisas do Bullying... que medo!!!!
Bem, por enquanto estas teorias ainda não chegaram à Guiné.
Beijinhos Liliana

No bai disse...

Olá, Bessa!!!

Ainda bem que isto ainda não chegou à Guiné. Já tem coisas más que cheguem.

Beijinhos