quarta-feira, 17 de junho de 2009

A si que tem uma opinião inabalável sobre esses que vendem aulas

É engraçado como tem opinião sobre Educação, sobre os professores, sobre o Ensino. A mim custa-me dar opinião acerca do trabalho de outros profissionais, porque não tenho conhecimento de facto. Como posso eu dizer se são ou não incompetentes se eu não estou lá para ver as suas competências?! Mas o senhor pode.

Desengane-se se julga que os professores são um bando de preguiçosos, que só têm férias ou outras parvoíces que tais… Na minha como na sua profissão há gente que não tem perfil. STOP

Foi aluno e deve ter encontrado excelentes profissionais. Aos seus professores deve parte daquilo que sabe. Tal como eu devo aos meus.

Está a tentar culpabilizar-me porquê? Porque não tem tempo para os seus filhos? Porque não os consegue educar? Porque uma playstation ou telemóvel dado pelos anos é sinal de cumprimento de dever?

Sabe quantas vezes eu ouvi o seu filho a queixar-se de si? Sabe quantas vezes não dormi a pensar nos problemas que ele tem? Sabe quantas vezes sou eu o modelo dele e não o senhor? Mas isto não importa. O que importa é que o professor X ou Y deu negativa ao seu filho, que por acaso nunca apresentou um único trabalho de casa, nunca participou numa aula, foi malcriado, prejudicou os colegas… Mas isto são coisas da idade. O seu filho aos três meses já era assim. O senhor nunca conseguiu fazer nada dele… Mas eu tenho de fazer. E gosto de o ajudar quando merece. E preocupo-me o ano todo com ele. E tento que o senhor venha à Escola para tentarmos que as coisas mudem. Mas o senhor não tem tempo. Eu tenho de ter. E tenho. E não sou paga pelas horas extraordinárias (e são muitas!). Faço-o pelo seu filho, faço-o porque não quero viver num país de incompetentes e frustrados. Faço-o porque sou professora. Faço-o porque gosto do seu filho e quero que ele tenha um bom futuro. Porque ele é o futuro do meu país…
Mas será que aguento mais trinta e cinco anos?!

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